Release é commodity, mas é essencial. A receita é simples e só precisa de bons ingredientes.
A gente costuma dizer que produzir um release para o assessor de imprensa é como fritar pastel. É claro que, exageros à parte, elaborar uma pauta não é tão simples. Como o pastel, é necessário preparar a massa, que, no nosso caso é coletar a informação, depois cortar a cebola, picar o alho e temperar a carne (apurar os dados), fechar a massa (encontrar o gancho) e só depois fritá-lo (aí dá para começar a escrever).
O release que sai das assessorias já deixou, há tempos, de ser aquele textão institucional que os repórteres tinham o trabalho de reescrever. Se algum assessor de imprensa/comunicação diz que o diferencial do seu serviço está nisso, esqueça! Notícia pronta já é commodity nas agências de comunicação e empresas com setores de comunicação há pelo menos uma década. Qualquer jornalista que exerce a função sabe que, para “emplacar uma pauta”, ter texto final, release com apuração impecável e conteúdo interessante são premissas básicas para estar estampado nos sites e jornais.
Fazer o quê? Continuar fritando pastel com azeitona sem caroço! Ou melhor, produzir release como matéria final para a redação. Não dá para ‘largar mão’ da receita consagrada. O diferencial está na forma de vender o produto, nesse caso, o serviço. Bom relacionamento com os coleguinhas não está apenas em entregar bloquinho e chocolatinho. Está em aproximá-los do seu assessorado quando houver interesse de ambos, colaborar com Aquela Exclusiva, atendê-los o mais rápido possível, entender a urgência da redação e, até mesmo, ajudá-los naquela pauta, buscando uma fonte que às vezes não tem nada a ver com seu assessorado.
Lembre-se de que uma mão lava a outra e isso também vale para o jornalismo. Se já esteve na redação, sabe o que é estar atrás de um personagem para confirmar dados de sua matéria. Você liga para a mãe, para o pai, para o avô, até para o colega de escola da infância. Mesmo com toda a facilidade que o Google traz, personagens reais para sua matéria são essenciais. Construir e estreitar relações são atitudes que valem para você e para seu colega repórter. Ele pode ir para outro veículo ou até para uma assessoria, mas o relacionamento continuará. Ele saberá que pode contar contigo.
Outro fator é o tempero adicionado em cada região. Certeza que aqui em MS tem pastel pantaneiro! É preciso entender que ‘vender uma matéria’ está sim ligado às especificidades de cada localidade. Confunda Mato Grosso do Sul com Mato Grosso em uma ligação ou no WhatsApp e veja o que acontece (faz um post e me marca, adoro um babado!). Mesmo pautas que são de interesse nacional, precisam ser trazidas à realidade de quem vai ler, ver ou ouvir a notícia. Um dado da região, um personagem da cidade, podem ser o suficiente.
Em dias que é preciso ser criativo e fazer mais, ter azeitona sem caroço no pastel não é diferencial. Logo, release como notícia pronta não é mais novidade nesse mercado, mas é essencial para que atinjamos o objetivo. No mais, tenha relacionamentos produtivos. O repórter sabe que precisamos deles, mas eles também precisam da gente. Meu conselho: Frite pastéis!
Fabiane Sato, fritadora de pastel desde 2000 e empresária.
@fabisato
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